A aldeia de Cachopo, na serra do caldeirão, em Tavira, vai acolher no próximo dia 8 de Junho várias atividades que têm como propósito maior celebrar o Dia Mundial do Ambiente. Desde a recolha de lixo, passando por oficina de reciclagem criativa de roupa, desfile de moda sustentável, música e uma tertúlia que se vai dedicar ao tema da Economia Circular e mercados secundários; as atividades previstas prometem dar centralidade a uma freguesia que mantém a resiliência em plena baixa densidade.
O próximo sábado promete ser intenso em Cachopo, sede de freguesia num Interior algarvio composto por agentes locais e comunidade que personificam a resilência, mas também a recuperação, tendo em conta as últimas notícias que nos falam sobre a reabertura da sala de Jardim-de-Infância numa aldeia que a tinha perdido há quase 20 anos. Uma das atividades em destaque vai ser a tertúlia, a partir das 15h, e que se dedicará ao tema «Economia Circular e mercados secundários». Convidados para dar o mote à conversa junto à icónica Fonte Férrea de Cachopo estão a vereadora do ambiente da câmara municipal de Tavira, Sónia Pires; a designer e empresária Cristina Guerreiro que com a sua marca Konceito-r tem inovado na área da reutilização criativa de vestuário, e ainda o professor Fernando Perna, da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve (ESGHT_UAlg).
“É no Interior que mais se reutiliza e se poupa nos recursos”
A Economia circular é apresentada como um conceito estratégico que se baseia na prevenção, redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e de energia. Ou seja, é a alternativa ao conceito de «fim-de-vida» da economia linear, promovendo novos fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação. Atualmente, a Economia circular é vista como um elemento-chave para promover a dissociação entre o crescimento económico e o aumento no consumo de recursos, relação tradicionalmente vista como inexorável.
Apesar de este ser um tema que considera “disruptivo” no que à abordagem diz respeito, Rafael Dias, presidente da Junta de Freguesia de Cachopo, avança que a economia circular e os mercados secundários são dinâmicas que a comunidade de terras de Interior como é aquela que lidera “conhecem muito bem”. Pois é por aqui que “mais se reutiliza, mais se poupa nos recursos e se coloca de novo em circulação”. O autarca remete-nos para a velha máxima em que «nada se perde tudo se transforma», num território “distante das grandes rotas comerciais”. O saber da população de Cachopo será sempre uma mais-valia para as boas práticas de economia circular que é vista cada vez mais como a alternativa sustentável na nossa economia onde a economia linear tem um impacto cada vez mais negativo ao nível social, económico e ambiental. “É preciso olhar para a economia de outra forma e verificar como estas comunidades de interior têm esse saber [de experiência feito] que deve ser aproveitado”. O facto desta tertúlia acontecer na Fonte Férrea, “um ex-libris da aldeia, vai permitir que as pessoas usufruam de um lugar de uma enorme beleza e do qual temos muito orgulho”, sublinha Rafael Dias.
A economia circular revela a sustentabilidade, mas também uma visão inteligente sobre a escassez de recursos
Como é que a Economia Circular pode atrair pessoas para o Interior?
Conheça o programa do próximo dia 8 de Junho em Cachopo
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