Nasceu a pimeira comunidade compassiva no Algarve. O MUROS é parceiro na compaixão

Abril 14, 2023

Já foi oficialmente apresentada a  primeira Comunidade Compassiva do Algarve. Aconteceu no passado dia 5 de março, no Teatro Lethes, em Faro, num auditório com mais de uma centena de pessoas em que muitas integram a rede de parceria e voluntariado do projeto. Refira-se que este projeto é um exemplo bastante paradigmático do que significa cooperar na Eurorregião AAA, pois a rede que se conseguiu construir para erguer este e outros projetos compassivos no Algarve e Alentejo contou com a parceria de investigadores espanhóis.

O objetivo é ajudar doentes crónicos ou terminais com necessidades paliativas e respetivos cuidadores, nos concelhos de Faro, Loulé e São Brás de Alportel. O projeto, denominado «Viver ComPaixão», tornou-se realidade depois de ser vencedor no âmbito da candidatura submetida pelo Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e pela Delegação de Faro-Loulé da Cruz Vermelha Portuguesa ao concurso «Portugal Compassivo — Laços Que Cuidam», promovido pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) e pela Fundação «la Caixa».

Ana Feijó Cunha, da Fundação «la Caixa», presente na cerimónia de apresentação, afirmou que um dos principais objetivos é melhorar a qualidade de vida das pessoas com doença avançada e dos seus familiares. Referiu ainda que a intervenção reforçar e complementar as respostas existentes e «trabalhar de mão dada com quem está no terreno».

Giovanni Cerullo, médico da Equipa de Cuidados Paliativos da Unidade Hospitalar de Faro do CHUA, responsável também pelo desenho do projeto, referiu que os profissionais de saúde do CHUA observam muitas pessoas com doenças graves e progressivas, associadas a grande sofrimento físico, psicológico e espiritual que vão às consultas sozinhos, lembrando que o papel dos cuidadores é de uma sobrecarga enorme que leva a uma situação difícil de gerir. Refira-se que este projeto surge inspirado por outros congéneres que já existem em Portugal para dar uma melhor resposta ao dia a dia destes doentes.

A operacionalização do projeto vai ser possível também através da criação de uma bolsa de voluntários, que terão acesso a formação e capacitação. Vítor Alua, coordenador do «Viver ComPaixão» explicou que os voluntários poderão depois acompanhar os utentes às consultas e ajudar a gerir ou comprar medicação, mas também colaborar com cuidadores ou familiares, e exercer este trabalho de forma profissional e acompanhada pelos profissionais de saúde do CHUA.

De acordo com os dados da direção da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), entre 10 a 13 em cada 100 pessoas “irão morrer de forma súbita ou traumática”, mas as restantes morrerão “de doença crónica, progressiva e incurável” com necessidades paliativas, o que justifica ainda mais este tipo de projetos.

A apresentação contou com a presença de Sílvia Villar, da Associação Borba Contigo Cidade Compassiva, do Alentejo, responsável pela primeira comunidade compassiva de Portugal. Foi um momento de grande sensibilidade e sensibilização aquele que esta médica levou a cabo no teatro Lethes. Tal como aconteceu com o projeto «Viver ComPaixão», também o projeto «Borba Contigo» tem um caráter de cooperação transfronteiriça pelas parcerias feitas com investigadores da vizinha Espanha.

É de referir que esta comunidade tem ainda como meta cumprir os critérios vigentes de certificação pelo movimento internacional Charter for Compassion.

A fechar a iniciativa protagonizaram o momento musical Ricardo Martins e Cátia Solan Alhandra.

Toda a cerimónia foi conduzida pelo Muros, através da nossa responsável, Susana Helena de Sousa. Uma oportunidade fruto também da parceria que o nosso projeto fez com o projeto «Viver ComPaixão».

Susana Helena de Sousa conduziu a apresentação do projeto «Viver ComPaixão»

 


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