(PODCAST) Alentejo, Algarve e Andaluzia têm enorme potencial para ser uma «Eurorregião Nómada Digital»

Outubro 9, 2023
Gonçalo Hall acredita que é possível fazer lobi por comunidades digitais na Eurorregião Alentejo, Algarve e Andaluzia. E não é dificil imaginar porquê, “na medida em que é muito mais fácil e acessível viajar entre estas três regiões próximas do que entre destinos distantes”. A proximidade e cooperação que já existe neste território eurorregional é, assim, favorável “à fixação por mais tempo de nómadas digitais no território, nomeadamente no Interior se forem criadas condições”. O presidente da Digital Nomads Association Portugal (DNA Portugal) depois do Algarve segue para a Andaluzia, onde vai dar uma conferência sobre o tema no Tourism Innovation Summit. Mas antes disso, desde hoje até dia 15 de Outubro a cidade de Albufeira vai ser a capital do nomadismo digital através do evento «The Nomad World». Aceda ao programa aqui

 

O município de Albufeira teve uma “abertura total” para ser parceiro com a DNA Portugal do mega evento «The Nomad World», sendo uma disponibilidade que Gonçalo Hall diz fazer lembrar a do Governo Regional da Madeira que através da sua Startup deu luz verde para serem instaladas no arquipélago diversas comunidades que já contam com vários milhares de nómadas digitais. É de referir que em desde 2021 a Ponta do Sol [onde tudo começou] já assistiu à passagem de cerca de 25 mil nómadas digitais por ano, tendo sido esta apelidada como a «Vila dos Nómadas Digitais». Gonçalo Hall, mentor do projeto-piloto madeirense, frisa que às entidades governamentais cabe assegurar as condições infraestruturais, ficando para a associação que lidera todo o desenvolvimento social deste ecossistema, atualmente, em crescimento no mundo. Garante que “antes de implementar cada comunidade há toda uma preparação do território para acolher as pessoas nómadas”, bem como é feita “a ponte para que estas encarem os territórios como espaços onde também podem empreender, na medida em que muitas das pessoas nómadas digitais têm características empreendedoras e querem colaborar para melhorar a qualidade do lugar onde se instalam, ainda que temporariamente”.

Replicar no continente o caso de sucesso da Madeira

Depois de assistir no arquipélago da Madeira ao enorme sucesso da «Ponta do Sol Digital Nomads Village», Gonçalo Hall gostaria de replicar o modelo em Portugal continental onde “a potencialidade é imensa”. Confessa que, apesar dos muitos contactos feitos, as coisas andam mais devagar do que gostaria e lamenta que a legislação não acompanhe como deveria o fenómeno. “Infelizmente o Governo já anunciou que pretende acabar em 2024 com o RNH  [taxa especial para os novos residentes não habituais], sendo que esta ferramenta tinha demonstrado ser um enorme fator de atração para os nómadas digitais”. Gonçalo H. afiança que o visto para nómadas digitais, que prevê a possibilidade destas pessoas ficarem no país ao longo de um ano, apesar de ser mais vantajoso face a outros ao nível europeu, não substitui a mais-valia fiscal que representava o RNH. Ao assistir a estas mudanças, o presidente da DNA constata que ainda não existe uma visão estratégica em Portugal para o nomadismo digital e, por isso, apela a uma maior celeridade e visão integrada a este nível.

Albufeira vai ser a capital do nomadismo digital

A cidade de Albufeira vai ser o palco do evento «The Nomada World». De resto, “este concelho tem características muito interessantes para acolher comunidades digitais”, sublinha o presidente da DNA Portugal que olha “para toda uma zona mais afastada do Litoral que é muito atrativa também e que pode ser dinamizadora do concelho ao longo do ano inteiro”. Entretanto, até 15 de Outubro pela beira-mar (INATEL Albufeira) vai passar um painel de oradores de luxo que prometem agitar as águas num Algarve que “tem potencial para ver nascer quatro ou cinco comunidades digitais, sem dúvida”, remata Gonçalo Hall.

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